A Cidade
Área Territorial | 3.565,377 km² (2021) |
População estimada 2019 | 16.832 pessoas (2021) |
Densidade demográfica | 4,89 hab/km² |
Escolarização 6 a 14 anos (2010) | 98,6 % |
Código do Município | 2906824 |
Gentílico | Canudense |
Prefeito | JILSON CARDOSO DE MACEDO |
Tensão de Voltagem – Eletrodomésticos | 220 Volts |
Código Endereçamento Postal dos Correios – – (CEP) | 48520-000 |
DDD Telefônico | 75 |
Operadora de Celular Presente no Município | TIM – Claro – Vivo |
Cidade criada pela Lei Estadual 4.405 de 25/02/85, publicada no Diário Oficial de 26/02/1985, Canudos é hoje uma cidadezinha pacata, com traçado planejado e ruas retas. Fica a 410 km de Salvador, junto ao açude Cocorobó, região Nordeste do estado. O município foi criado na década de 1980 e tem apenas 13.800 habitantes. Mas sua história vem do final do século XIX, com acontecimentos que abalaram o país. Um dos pontos turísticos mais visitados do sertão da Bahia, o município e a região foram palco de um dos episódios mais marcantes da História da Bahia: a Guerra de Canudos.
Tudo começou quando o beato Antônio Conselheiro encerrou sua peregrinação pelo sertão e fundou o povoado de Belo Monte, na Fazenda Canudos, em junho de 1893. Dois meses antes, seus seguidores foram atacados pela polícia baiana, e o conflito resultou em mortes dos dois lados. A partir daí, milhares de fiéis foram ao encontro do novo Messias na “Terra Prometida”. O Conselheiro anunciava para breve o fim do mundo e não reconhecia o governo terreno da República recém proclamada. Em apenas três anos Belo Monte transformou-se na segunda maior aglomeração urbana do estado, com 25 mil habitantes, só perdendo para Salvador. Levas e levas de sertanejos pobres continuavam a abandonar as fazendas para ir viver no povoado, rezar, fazer penitência e esperar o juízo final. E o fim daquele mundo não tardou. Pressionado pelos coronéis e pela Igreja, o governo chamou o Exército para dissolver a comunidade mística.
A tarefa não foi fácil. O Conselheiro também preparava-se para se defender de um ataque do governo. Sua guarda era formada por jagunços convertidos. Por subestimar o poder de fogo dos sertanejos, o Exército foi derrotado na primeira, na segunda e na terceira tentativa. Quase dois mil soldados foram rechaçados, e o comandante da penúltima expedição foi morto em combate.
As forças federais e municipais, com armas de repetição, metralhadoras e canhões, não conseguiram tomar o povoado. A defesa era feita com espingarda de carregamento lento, facões e ferros de manejar gado. Só depois de mobilizar mais cinco mil soldados, tendo à frente dois generais, o Exército conseguiu tomar o povoado, que resistiu até o fim. Belo Monte foi completamente destruída em outubro de 1897.
Passados alguns anos, as pessoas começaram a retornar e reconstruíram o lugarejo, que passou a ser chamado de Canudos. Mas, em 1968, como que cumprindo a profecia atribuída a Conselheiro de que o sertão iria virar mar, Canudos foi invadida pelas águas represadas do Rio Vaza Barris. Hoje está a 40 metros de profundidade, sob os 250 milhões de metros cúbicos de água do açude Cocorobó.
Memória Viva
Os números de Canudos até hoje permanecem imprecisos. Sabe-se que morreu um mínimo de 10 mil pessoas, das 25 mil que viviam em Belo Monte. O Exército teve mais de duas mil baixas, entre mortos, feridos e desertores. Independentemente da tragédia humana ocorrida na Canudos de 1897, a verdade está expressa no testemunho vivo de Euclides da Cunha, na obra Os Sertões: “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados”.
Vias de acesso:
O acesso à cidade de Canudos, por vias asfálticas, pode ser feito pela BR 116, no sentido Norte do país e ao chegar no distrito de Bendegó, acessar a BR 235, sentido Jeremoabo-BA.
Características econômicas:
Na pecuária, destacam-se os rebanhos ovino, suíno, eqüino, asinino, caprino e muar. É, ainda , produtor de galináceos. A cooperativa dos agrônomos no povoado da 150 são ótimos produtores de bananas e cocos. Conforme registros na JUCEB, seu parque hoteleiro registra 500 leitos.
Mapa de Localização: